São 7:30 da manhã!
Abro a janela e inspiro o ar perfumado deste belo dia de sol
que já raiou.
Bandos de pássaros esvoaçam no horizonte, num chilrear convidativo
e prazenteiro; os campos da lezíria, ainda há pouco verdejantes, começam a ganhar
aquela tonalidade torrada, própria de uma lavoura que se prepara para as
colheitas.
Sorrio, num sorriso triste e dolorido porque uma angústia
inesperada atormenta-me a alma e desassossega-me o coração.
São mais etapas a alcançar, outras tantas barreiras a
ultrapassar, novos sonhos a fantasiar.
Mas não desisto!
Os cinquenta são já amanhã e vivo hoje o último dia de uma
década sem grande história, mas com feitos que me deram a certeza do que sou
capaz!
Assomo de novo à janela, e volto a inspirar o aroma da alvorada.
Vem-me à memória uma estrofe do poema “Melhor de Mim”:
Também eu estou
À espera de mim
Algo me diz
Que a tormenta passará
É preciso perder
Para depois se ganhar
E mesmo sem ver
Acreditar!
E vou Acreditar, sempre! Porque reconheço em mim a
capacidade de me reinventar, de quebrar os grilhões e de renascer a cada
momento, porque o meu destino tem de ser maior, e o melhor de mim ainda está
por chegar!