Sem pompa e circunstância, que os tempos ainda são de
apertos, mas com a devida e altaneira solenidade, que a ocasião não é para
menos, declaro oficialmente aberto o meu pequeno Refugio interior!
“Breviário e Legendas” é um projecto que tem sido vítima de
contínuos adiamentos, uma enfermidade de que padece devido a um tempo que anda
sem tempo para mim, e que me faz viver num sufoco de trabalho ao qual não consigo dar vazão.
Mas estou certa de que vai valer-me o engenho, a arte e a determinação de colocar um ponto final nesta aridez, neste teimoso deserto em que se transformou o “meu tempo”, sempre tão cheio dos outros, sempre tão de vazio de mim.
Mas estou certa de que vai valer-me o engenho, a arte e a determinação de colocar um ponto final nesta aridez, neste teimoso deserto em que se transformou o “meu tempo”, sempre tão cheio dos outros, sempre tão de vazio de mim.
Partilho o segundo andamento do Concerto para piano e
orquestra em sol maior, de Maurice Ravel, escrito entre 1929 e 1931, numa
extraordinária interpretação de Arturo Benedetti Michelangeli. A dirigir, o
mítico Sergio Celibidache.
E porquê este Adagio Assai?
Simplesmente porque sou eu, feita em música!